Mulheres do PSOL: 2024, um ano de lutas feministas e muitos desafios!  

A Executiva Nacional da Setorial de Mulheres do PSOL, se reuniu neste último final de semana, nos dias 27 e 28 de janeiro,  para definir uma agenda de lutas para o ano de 2024 e debater a conjuntura política nacional e internacional. A reunião aprovou uma resolução política em que se destacam pautas importantes como, […]

31 jan 2024, 16:40 Tempo de leitura: 4 minutos, 15 segundos
Mulheres do PSOL: 2024, um ano de lutas feministas e muitos desafios!  

A Executiva Nacional da Setorial de Mulheres do PSOL, se reuniu neste último final de semana, nos dias 27 e 28 de janeiro,  para definir uma agenda de lutas para o ano de 2024 e debater a conjuntura política nacional e internacional.

A reunião aprovou uma resolução política em que se destacam pautas importantes como, os últimos desdobramentos das investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.

O pacote de temas ligadas às pautas dos direitos reprodutivos das mulheres e pessoas que abortam, como a votação da ADPF 442 no STF pela descriminalização do aborto. A necessidade de lutar contra a criminalização de mulheres que militam pela defesa da justiça reprodutiva em todas as frentes. Assim como a ofensiva da agenda antiaborto em todo o Brasil.

Em 2024, o PSOL terá um grande desafio eleitoral, e há uma expectativa de aumento da participação política das mulheres do partido na política nacional e o papel da Setorial no fortalecimento das candidaturas femininas nas próximas eleições será fundamental. Assim como na luta pelo enfrentamento à violência política de gênero, que atravessa também o cotidiano das parlamentares eleitas do PSOL, que têm enfrentado uma série de perseguições e ameaças dentro e fora do parlamento.

Nos debates, discutiu-se a aprovação do Projeto de Lei do Marco Temporal, que atravessa a luta das mulheres indígenas e as disputas territoriais. E lideranças desses movimentos, como Nega Pataxó e Mãe Bernadete, vítimas recentes desses conflitos, foram saudadas. Também foram abordados os ataques ao meio ambiente e a exploração predatória da terra, a exemplo da Braskem em Maceió.

O racismo ambiental, outra pauta mencionada, que na esteira da crise climática tem vitimado as populações mais vulneráveis e que cruza as lutas antirracista, ecossocialita e a própria luta feminista, também foi destaque.

Houve também um resgate sobre a participação das Mulheres do PSOL na Marcha das Margaridas no ano passado e no papel das mulheres na retomada da ocupação popular das ruas, trazendo pautas como a reforma agrária e novamente o papel das mulheres na defesa de seus territórios.

Outro tópico importante foram os debates da conjuntura nacional, como a luta pelo piso nacional da enfermagem e o teto da educação, e a necessidade da efetivação de políticas para as mulheres.

A pauta das privatizações que precarizam a vida das pessoas trabalhadoras e a defesa dos bens comuns sociais, também foi apontada. Assim como o aumento da desigualdade e da concentração de renda, que vem crescendo ano após ano, como apontam as pesquisas. E a valorização das políticas de redistribuição de renda e de valorização do salário mínimo, que combatem diretamente a raiz da pobreza, sobretudo para as mulheres.

Além disso, o aumento da violência racial sob o aval do Estado e das polícias em territórios periféricos, sobretudo contra a juventude negra, assim como o aumento dos episódios de trans feminicídio em todo o Brasil, também foram lembrados.

O debate da Executiva também apontou para a necessidade do enfrentamento das violências contra as mulheres e da proposição de uma agenda que mobilize e consolide a luta feminista a nível nacional a partir de pautas centrais.

Assim como a estratégia da direita no aparelhamento de espaços de interesse político e social como os conselhos tutelares, como foi visto nas eleições para os conselhos municipais no ano passado.

Na perspectiva das lutas internacionais, foram destacados o massacre palestino no  genocídio promovido por Israel, e o papel das Mulheres do PSOL em não deixar o debate cair em esquecimento, sobretudo no que se refere à defesa das mulheres palestinas.

Assim como foi saudado o apoio à luta das mulheres argentinas que preconizam as mobilizações feministas na América Latina na luta por direitos reprodutivos, e que hoje são linha de frente na oposição ao atual presidente Javier Milei.

A reestruturação do imperialismo a nível global dentro dos conflitos internacionais e o papel das esquerdas no enfrentamento efetivo dos avanços da extrema direita em todo o mundo.

E novamente, o enfrentamento ao bolsonarismo nos parlamentos em todo o Brasil que se relaciona também ao combate à extrema direita no cenário nacional e internacional.

Por fim, a conclusão de que o PSOL tem consolidado sua atuação no campo das esquerdas ao longo dos anos. Além disso, o papel da Setorial Nacional de Mulheres do PSOL na formulação de conteúdos relacionados às pautas de relevância social dentro do partido.

A Executiva elencou uma série de iniciativas, a nível nacional, que unifiquem uma identidade das Mulheres do PSOL e que demarquem a posição das mulheres do partido diante de uma agenda de mobilizações sociais e populares em todo o país.