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Mulheres negras do PSOL fazem história na Marcha das Mulheres Negras em Brasília
27 nov 2025, 13:55 Tempo de leitura: 3 minutos, 28 segundos
Por Comunicação das Mulheres do PSOL
No dia 25 de novembro, Brasília foi tomada por mulheres negras de todos os cantos do Brasil e de alguns países da América Latina para a 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras. Por Reparação e Bem-Viver, cerca de 300 mil mulheres marcharam rumo à Esplanada dos Ministérios, reafirmando a participação e o protagonismo histórico das mulheres negras nas lutas sociais do nosso país.
As Mulheres do PSOL estiveram presentes com delegações de todas as regiões do Brasil, levando as pautas e lutas de seus territórios e reafirmando a força das mulheres do partido em mais uma mobilização nacional histórica.
A deputada Talíria Petrone(PSOL – RJ), que abriu as falas em um dos carros de som, destacou as pautas centrais que mobilizam as mulheres negras em busca de um projeto coletivo. “É muito importante que as mulheres negras estejam mobilizadas, para que toda mulher tenha um salário justo, para que toda mulher possa ser quem é, para que nenhuma mulher perca seu filho assassinado pelo Estado, e isso só será possível pelas mãos das mulheres negras.”
A vereadora de Recife, Jô Cavalcanti, também marcou presença e relembrou a primeira Marcha das Mulheres Negras, em 2015: “Eu não poderia deixar de estar aqui depois de dez anos, lutando pela vida do povo preto e pela vida das mulheres. Por Reparação e por Bem Viver, bora pra cima!”

Junto à delegação do Pará, a ex-vereadora de Belém, Enfermeira Nazaré, reforçou a importância da luta por reparação, um dos lemas da marcha deste ano: “É um momento de reparação, é um momento em que a gente está indo em busca do que nos devem, porque nós precisamos, sim, de dignidade para o bem viver.”
A deputada estadual do Espírito Santo, Camila Valadão, também destacou o sentido político da marcha: “Marchar representa para nós a nossa existência e a nossa resistência, em um país marcado pelo racismo e pelo capitalismo.”

Quem também reforçou que as mulheres negras sempre estiveram em marcha foi a deputada federal Érika Hilton: “As mulheres negras são o fundamento, são a força motriz e matriz da revolução que acreditamos. Marchar é um ato revolucionário contra um país que ainda insiste em violar a nossa dignidade.”

Da Executiva da Setorial Nacional de Mulheres do PSOL, Carla Zanella resgatou a intensa mobilização em torno dos preparativos: “Nós nos dedicamos o ano inteiro para estar aqui e dizer que vamos enfrentar essa extrema direita golpista para lutar pelas nossas vidas.”
A dor das mulheres negras, marcadas pelas violências cometidas pelo Estado, também esteve presente. Ainda na concentração, um enorme tapete com fotos de jovens assassinados foi estendido em frente ao Museu Nacional, em memória das vítimas das chacinas cometidas pelas mãos de agentes públicos.
A deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) fez questão de reivindicar a luta das mães que perderam seus filhos: “Depois de dez anos, essas mulheres vêm pras ruas lutar especialmente pelas vidas negras que são assassinadas todos os dias nas favelas e periferias.”

Assim como as violências e desafios enfrentados pelas mulheres negras em seus territórios, a marcha também lembrou da ausência de representação de mulheres negras nos espaços de poder e decisão, como na campanha pela indicação de uma mulher negra ao STF, que em mais de 134 anos nunca teve uma ministra negra.
Com shows de grandes artistas e diversas intervenções culturais, a 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras se encerrou reforçando a organização das mulheres afro-brasileiras, afro-latinas e afro-caribenhas, reafirmando a luta por uma vida sem violência e por igualdade plena de direitos e oportunidades. A marcha destacou que a luta histórica por reparação e bem viver é fundamental para a construção de um país mais justo e democrático.